A tese de doutorado da pesquisadora Gláucia de Salles Ferro, do Programa de Pós-Graduação em Design da UFPR, foi uma das vencedoras do Prêmio ICE de Investimentos e Negócios de Impacto. Os premiados participarão de um evento de divulgação do resultado na próxima quarta-feira, 8 de maio, em São Paulo.
A premiação organizada pelo Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) valoriza a produção acadêmica voltada à geração de valor socioambiental, à inovação social, a marcos regulatórios e a políticas públicas. A tese intitulada “Modelo de Processo de Design Thinking aplicado a um Negócio Social”, defendida em 2018, foi uma das três escolhidas entre 47 trabalhos acadêmicos inscritos nas categorias Graduação, Mestrado e Doutorado.
No estudo, Glaucia utilizou os conceitos do Design Thinking, método que viabiliza um negócio inovador por meio da criatividade e da necessidade social do empreendedor. De acordo com a pesquisadora, a tese propõe a atuação efetiva do designer para estruturar um negócio, que vise à criação simultânea de valor econômico e impacto social. “É um processo colaborativo, multidisciplinar e eficaz em contextos complexos como nos negócios sociais”, explica.
O objeto de estudo foi a Badu Design, empresa curitibana que comercializa artigos de papelaria e acessórios produzidos por mulheres em risco social a partir de refugos de fábricas situadas na região metropolitana da cidade. Após as sugestões de Gláucia, a empresa, que funcionava no quarto da casa de sua fundadora, foi transferida para o Centro de Curitiba. Na sede, são realizadas capacitações de novas empreendedoras e discutidas ideias para reaproveitamento de tecidos.
Com a aplicação do Design Thinking, a empresa viabilizou oficinas de costura, cursos e workshops para a comunidade e para parceiros empresariais, além da implantação de uma loja própria.
De acordo com a pesquisadora, o Design Thinking, quando liderado por um designer, torna o processo leve, inovador e criativo, com resultados interessantes para o negócio social. “Fico muito feliz porque de dentro da academia conseguimos juntar a pesquisa com a prática e mostrar que é possível dar resultado. Espero que esse modelo seja replicado, pois faz a diferença”, deseja Gláucia.
** Conteúdo: UFPR