Em 2008, quando entrou no mercado, a Sanhaçu produziu três mil litros de cachaça. Na última safra, foram 20 mil litros e a ideia é chegar a 40 mil litros até o final de 2021. A produção precisou ser ampliada quando o empresário Oto Barreto decidiu que queria exportar. Detalhe: como eles são responsáveis por toda cadeia produtiva, do plantio da cana até o engarrafamento, e são os únicos produtores de cana orgânica em Pernambuco, mais matéria-prima exigiria mais terra. Daí, outro dilema: não havia dinheiro para isso. O jeito foi investir em tecnologia para produzir mais.
A solução de Oto envolveu a participação em três projetos da Apex-Brasil: o Peiex, o Design Export e o ICV Global. A empresa apostou no design e, por fim, trabalhou o produto da porta para fora. “A gente não estava tão quebrado. A gente tinha um pouquinho de dinheiro e foi importante entrar no Design Export, porque ele não banca 100%, mas bancou 86% do meu projeto de design para exportação. Eu nunca teria dinheiro do meu bolso para bancar”, relata Oto.
Após mil ligações, a cotação: cada embalagem, sairia por R$ 12, para uma quantidade mínima de 10 mil unidades. Mais uma vez, não havia dinheiro. O networking do Design Export, segundo ele, viabilizou um custo, na FacForm, de R$ 10 por caixa, com tiragem inicial de mil unidades. “Eu gastei R$ 10 mil”, conta. O último passo foi mediado pelo ICV Global, responsável por viabilizar a parceria com a Amburana, distribuidora de Campinas (SP). A empresa precisava escolher seis marcas entre 40 mil produtores de cachaça do Brasil para levar para Viena. Eles já trabalham com 300 rótulos. Resultado: A Sanhaçu ficou entre os eleitos e vai estar presente no Viena Rum Festival, no dia 30 de setembro. Oto, agora, está de olho na vizinha Alemanha, maior mercado de cachaça do mundo.
Fonte: Folha de Pernambuco