Exposição apresenta legado de imigrantes europeus no Sul do Brasil por meio de objetos e imagens

“Artefatos do Sul: legados da Imigração Alemã e Italiana” fica em cartaz até o dia 23 de junho de 2024

No ano em que celebramos os 150 anos da imigração italiana no Brasil e os 200 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul, o Farol Santander Porto Alegre receberá, a partir do dia 10 de abril, a exposição “Artefatos do Sul: Legados da Imigração Alemã e Italiana”. A mostra convida o público a mergulhar na cultura matéria dos imigrantes por meio de 950 obras em diferentes tipologias, materiais e técnicas, produzidas desde a segunda metade do século 19 até as primeiras décadas do século 20. A exposição permanecerá em cartaz no térreo do Grande Hall até o dia 23 de junho de 2024.

Para o Farol Santander é uma alegria apresentar essa exposição no ano em que se celebram os 150 anos da imigração italiana no Brasil e os 200 anos da imigração alemã no Rio Grande do Sul! Convidamos todos a uma imersão nessa porção da nossa história, que nos ajuda a entender as raízes do empreendedorismo e do desenvolvimento industrial na região Sul do país.”; comenta Maitê Leite, Vice-presidente Executiva Institucional do Santander Brasil.

Com curadoria da historiadora de design Adélia Borges, as obras foram selecionadas a partir de vasto acervo de cerca de 6.500 itens da coleção Azevedo Moura, reunidos ao longo de cinco décadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A exposição, que expressa a riqueza e a pluralidade cultural trazida e desenvolvida pelos imigrantes italianos e alemães, abrange tanto objetos autênticos, lembranças e técnicas trazidos de seus locais de origem quanto sua recriação em terras brasileiras, utilizando as condições e materiais disponíveis na época.

Como testemunha do povoamento no Sul do Brasil, a seleção de objetos proporciona um panorama abrangente do cotidiano, desde móveis e ferramentas de trabalho até utensílios domésticos, fotos antigas e cartões postais. Essas criações surgiram da necessidade e revelam respostas inteligentes dos imigrantes aos desafios que enfrentavam. Além disso, oferecem inspiração e lições ao design contemporâneo, ao demonstrar que a forma dos objetos utilitários não apenas deve atender à função para qual foram destinados, mas também pode transcendê-la, expressando a identidade cultural do território. 

A exposição destaca-se como um registro fundamental da significativa contribuição cultural dos imigrantes europeus no Sul do país. “A coleção nos oferece um espelho no qual nós, brasileiros, podemos nos contemplar, reconhecendo-nos como um povo multifacetado, diverso e plural. O público gaúcho poderá conhecer melhor a história e os legados de uma parte de seus antepassados, valorizando esse precioso patrimônio material e imaterial”, explica Adélia Borges.

A exposição

No espaço central do Grande Hall do Farol Santander, o núcleo “Pode entrar que a casa é sua” recebe os visitantes com um conjunto de portas de madeira maciça (de aproximadamente 1860 a 1920), cujos detalhes em seu design impressionam.  Enquanto isso, as “As várias formas do sentar” nos apresenta cavalinhos de balanço, bancos, cadeiras e banquetas, em diversas tipologias e cores.

As longas galerias laterais abrigam peças feitas no Brasil ou trazidas pelos imigrantes, a maioria executada à mão. Esses itens estão relacionados aos universos do trabalho, doméstico e familiar, sendo confeccionados em materiais diversificados, como ferro, cerâmica, vidro, porcelana e madeira. Entre eles, destacam-se as “Ferramentas do fazer”, conjuntos ligados à produção de vinho, marcenaria, ferraria, construção e ao trabalho rural e têxtil. 

“Preparar e servir o pão de cada dia” nos apresenta um acervo impressionante de equipamentos de cozinha, incluindo louças, cerâmicas, adornos decorativos e outros instrumentos. Enquanto “A infância nas colônias” é composta por tinteiros, penas, lousas e brinquedos da época. “O céu que nos protege” destaca a religiosidade característica dos imigrantes por meio de oratórios, esculturas de santos e impressões de pinturas. Já a parte “Para conhecer com as mãos” da mostra oferece acessibilidade tátil para o público, apresentando vitrines em que é possível manusear os objetos. 

O imaginário social da época ganha vida nas fotografias eternizando momentos marcantes das famílias, cartões postais enviados ou recebidos pelos imigrantes, quadros com ditados populares e impressos gráficos. “Essas imagens enriquecem a exposição, mostrando não apenas os objetos em si, mas também as pessoas por trás da sua criação e confecção, seus modos de vida, seus povoados, casas e famílias. Dessa forma, será possível explorar a dimensão imaterial dos artefatos exibidos”, comenta Adélia. 

Entre as galerias, destaca-se uma projeção sonorizada assinada pelo Estúdio Preto e Branco, apresentando registros históricos da travessia e dos primeiros assentamentos urbanos dos imigrantes. Na sala de vídeos, os visitantes têm a oportunidade de assistir a entrevistas sobre a coleção com Adélia Borges, Alfredo Aquino, Calito de Azevedo Moura, Günter Weimer, Paula Ramos e Tina de Azevedo Moura, com edição da TerraMar Filmes. 

A Coleção

 A coleção Azevedo Moura começou a se formar a partir de meados dos anos 1960. A iniciativa é de Calito de Azevedo Moura, arquiteto e professor de Arquitetura e Urbanismo, com atuações na Universidade de Brasília e na Universidade Federal do Rio Grande Do Sul. Com um olhar erudito e informado, Calito privilegiou dois fatores em suas escolhas para o conjunto, que ele denomina de “Desenho Anônimo”: a expressão estético-formal dos objetos e a busca de variedades dentro de uma mesma tipologia. 

Sob a coordenação geral da Expomus – Exposições, Museus e Projetos Culturais, empresa brasileira com 42 anos de atuação na área cultural, o Projeto Expográfico de “Artefatos do Sul: Legados da Imigração alemã e italiana” foi desenvolvido pela LT Arquitetura e Design, liderada pelas arquitetas e designers Ana Luisa Cuervo Lo Pumo e Maria Cristina Cuervo De Azevedo Moura.

A exposição é patrocinada pelo Santander Brasil e Zurich Santander, com apoio da Sherwin Williams e da Panvel. A organização e produção do projeto são da Expomus, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.

Sobre Adélia Borges

Chamada de ” iconic design critic ” pelo jornal Financial Times, de Londres, Adélia Borges é curadora e historiadora de design. Suas pesquisas balizam várias produções, tais como exposições, livros, artigos, documentários e cursos, realizados no Brasil e também na França, Itália, Reino Unido, Holanda, Portugal, Japão e Estados Unidos, entre outros países. Foi professora de História do Design na FAAP, em São Paulo, e diretora do Museu da Casa Brasileira. Desde 2016 é curadora-adjunta no MASP. Em 2021 recebeu o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), por sua contribuição à pesquisa e à difusão do design brasileiro.

Serviço

“Artefatos do Sul: legados da Imigração alemã e italiana”

Onde: Farol Santander Porto Alegre – Sete de Setembro, 1028 – Centro Histórico, Porto Alegre
Quando: De 10/03/2024 a 23/06/2024
Terças à sábados, das 10h às 19h.
Domingos e feriados, das 11h às 18h
(Último acesso para visitação 1h antes de fechar o espaço)
Ingressos: R$ 20,00 (inteira), R$ 10,00 (meia) e R$ 18,00 (Santander)
Cliente Santander: 10% de desconto comprando com o cartão Santander (em até 8 ingressos).
Cliente Santander Select: 10% de desconto comprando com o cartão Santander Select (em até 8 ingressos), e prioridade na fila de entrada para o Farol.
GRATUIDADE: Crianças até 2 anos e 11 meses.

Ficha Técnica:

Organização e Produção: Expomus – Exposições, Museus e Projetos Culturais
Curadoria: Adélia Borges
Projeto Expográfico: Tina Azevedo Moura e Lui Lo Pumo
Projeto Audiovisual: Estúdio Preto e Branco e Terramar

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