A instituição conecta empresas e criativos para promover a inovação pelo design
A palavra ponte pode ser empregada para conceituar – de forma figurada ou literal – a ligação entre dois pontos. Essa figura também pode ser usada para explicar melhor o trabalho do Centro Brasil Design, o CBD.
Atuando há 21 anos, o CBD conecta as empresas aos profissionais do mercado de design, além de fazer toda a gestão do processo e garante que o trabalho de inovação tenha maiores chances de sucesso. Aliado à ação de tornar o design acessível, o Centro Brasil Design tem promovido o design brasileiro no exterior, já que é escritório de representação do iF (International Forum Design) no Brasil desde 2009. O iF é a entidade que confere a maior premiação de design do mundo, o iF Design Award.
Os números do CBD por si só impressionam. Já atendeu mais de 5.700 empresas, realizou mais de 500 palestras, promoveu a premiação de mais de 400 projetos brasileiros no iF Design Award, desenvolveu e implementou mais de 20 programas de inserção do design na indústria.
Inovação e Design
É importante entender que o design vai além de algo palpável. Por isso, o CBD atua como uma consultoria. Conforme explica Letícia Castro, diretora superintendente da entidade, é feito um estudo para entender a necessidade e a demanda da empresa, identificar oportunidades e riscos e então desenvolver um briefing e apresentar propostas. A consultoria facilita o acesso às soluções e pode ser realizada para atender à qualquer demanda, ou seja, produto, branding, comunicação, ponto de venda, design digital, design de processos, design de serviços, etc.
Para facilitar essa gestão, o CBD desenvolveu a metodologia Design na Prática©. Ela é um processo que permite que empresários aprendam a inovar por meio do design, inserindo-o no dia a dia da empresa e respeitando a cultura organizacional.
A ideia é que com a vivência prática, o empresário compreenda todos os passos do desenvolvimento de um novo produto ou serviço com a devida atenção ao design e sua gestão, minimizando o risco de inovar. O processo foi registrado e recebeu a chancela da Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP.
Design na prática
Um dos exemplos de sucesso que contou com a gestão do CBD foi de um produto super brasileiro: o café. O Café Condessa é administrado hoje por Maria Carolina de Lima, que faz parte da nona geração na tradição cafeeira e primeira mulher na gestão. A dificuldade é que as embalagens não traduziam esse momento da empresa, de empoderamento feminino.
A Casa Rex foi o escritório de design que permitiu essa mudança e tudo feito com a gestão do CBD. As embalagens ganharam estampas inspiradas nos frutos e folhas do café e um colorido todo especial. O projeto até rendeu ideias de entrar com as estampas no mercado de homeware. Ele conquistou o Pentawards 2018, prestigiada competição mundial de design de embalagens na categoria “Tea & Coffee”, sendo o único projeto brasileiro. Também foi vencedor Ouro na categoria embalagem do Brasil Design Award 2018.
Outro case foi o da Vuelo, antes Membracel. Ela produz uma membrana de celulose porosa que substitui a pele humana em casos de lesões e cortes, promovendo a regeneração do tecido. O CBD conectou a empresa à Saad branding+design, consultoria que conduziu o projeto de lançamento de novos produtos e a expansão dos negócios nacional e internacionalmente.
A primeira mudança foi no nome. Vuelo em espanhol significa “vôo”, associando a marca a conceitos como avanço, mudança, velocidade, ação e liberdade, na tentativa – acertada – de criar uma marca mais humana. Toda a parte gráfica também foi modificada, dando a ideia de suporte e proteção.
Ações compartilhadas
Para o Centro Brasil Design, o design também é uma ferramenta para discutir temas como a sustentabilidade. Por isso, é signatário da Rede Brasil do Pacto Global e do World Design Organization – WDO, sendo a única instituição de design no Brasil.
“Este tema, apesar de muito discutido, ainda é um desafio para a maioria das empresas que precisam adaptar produtos e serviços considerando aspectos da economia circular. O designer tem um papel importante nestas mudanças e adaptações, pois pode ajudar a redesenhar todo o ciclo de vida de produtos com a devida atenção ao uso de materiais e processos menos impactantes para o meio ambiente”, explica Letícia. Essa atitude está relacionada ao propósito do CBD de um “Design for a Better World”.
Entre outras ações internacionais citadas, ele representa o Taiwan International Student Design Competition – TISDC, é parceiro da China Industrial Design Association – CIDA e integra a Conferência Mundial de Design – WIDC, além de possuir parceiras com a Kookmin Univesity na Coreia do Sul e da Red Latinoamericana de Políticas Públicas y Diseño.
Fonte: Gazeta do Povo.