Exposição Casa & Mobília

** Texto Gazeta do Povo 
** Fotos Sistema Fiep  e CBD

A forma como as pessoas organizam suas casas e móveis, e como encontram soluções para otimizar o espaço é o grande recado do projeto Casa & Mobília, com curadoria do Centro Brasil Design (CBD), apresentado durante o 9º Congresso Nacional Moveleiro que aconteceu em Arapongas, norte do Paraná, entre os dias 15 e 17 de agosto.

Recorrendo a fotos de 2011, feitas para o projeto Biomas do Consumo, do Sistema Fiep, profissionais do CBD selecionaram 30 imagens que retratam o interior de casas comuns. “Esse material colhido há sete anos revela como alguns comportamentos viraram macro-tendência no campo do design e são um recado para a indústria e profissionais que pensam os produtos que são colocados no mercado”, defende a designer Fabiane Conselvan, coordenadora do trabalho, que contou ainda com a contribuição de Ken Fonseca, professor do curso de Design da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Na visão do CBD, a pesquisa previu que o design de móveis se tornaria cada vez mais democrático, fazendo parte da vida das pessoas de todas as classes sociais. Os painéis da exposição foram agrupados por ambientes de uma casa, onde é possível notar a evolução no consumo mobiliário.“Essa ideia de entrar na casa das pessoas e pensar nas ações que elas exercem em cada ambiente é fascinante e ajuda na tomada de decisão na hora de pensar um móvel”, reforça Fabiane. Ela lista as principais ações que são observadas no dia a dia dos indivíduos em casa: guardar, pendurar, descansar e trabalhar. “Cada pessoa encontra uma forma de resolver uma questão e é para esse comportamento que designers e indústria precisam olhar para responder aos anseios do consumidor”, pontua.

Neste cenário, o projeto Casa & Mobília listou seis grandes movimentos que são observados na sociedade e têm reflexo no design de mobiliário:

Móveis multipropósito

Com espaços cada vez menores para se viver, são necessários móveis ainda mais inteligentes e dinâmicos para driblar a falta de espaço. Os ambientes ficam mais simples , mas não menos funcionais, valorizando o básico e a simplicidade.”

Feito a mão 

O pouco espaço livre que sobra nas casas é usado pelo consumidor para imprimir a sua marca e toque pessoal. Peças antigas, de valor sentimental não ficam mais escondidas e passam a ser protagonistas. Assim, objetos produzidos à mão, artesanalmente, passam a ser mais valorizados.

Personalização

Para além do que é feito artesanalmente, a possibilidade de mexer na configuração de um ambiente é muito valorizada, daí o crescimento para os móveis componíveis, que podem ser adaptados em diferentes situações e espaços. Além disso a possibilidade de escolher cores e acabamentos em revestimentos e e nos próprios móveis ganhará mais força.

Trabalhar em casa

Tem menos espaço, mas surge com muita força a necessidade de adaptar esse pouco espaço também para o trabalho, seja em home offices tradicionais, com computador e mesa de trabalho, ou em ateliês improvisados em áreas de serviço e cozinhas preparadas para quem a utiliza profissionalmente. A verdade é que as casas têm cada vez menos espaços delimitados somente para o descanso. Nesta perspectiva novas soluções devem ser encontradas para um consumidor que já vem adaptando e transformando a casa em um ambiente multiuso.
Tecnologia

São vários aparatos tecnológicos que fazem parte do dia a dia, com o uso super presente da tecnologia. É necessário prever, dentro de casa, novos espaços para guardar e utilizar os dispositivos que permitem o acesso imediato a informações de forma simples e descomplicada.

Uso temporário do espaço

A casa não é mais vista como uma morada “para toda a vida” e o nomadismo aumenta. As pessoas têm buscado o compartilhamento de espaços e esses precisam ser pensados e otimizados para essa realidade, onde pessoas que não se conhecem utilizarão a mesma área de serviço, lazer e trabalho.

 

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